sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Horizon..




"Quando somos miúdos, putos, crianças, ou lá como queiram chamar, somos lunáticos, acreditamos em tudo, cremos que somos imortais, pensamos que somos capazes de mudar o mundo, que tudo é possível, que tudo é eterno. Sonhos…vivemos deles. Com o crescimento vamos esbarrando contra várias barreiras, vários obstáculos, intransponíveis, que nos fazem ver a vida de outra perspectiva, mais realista, mais cinzenta, sem dúvida. 

Nunca perder a capacidade de sonhar é importante, viver é preciso, o sonho é só teu, só tu é que tens de acreditar nele, lutar por ele, mesmo que tudo e todos o menosprezem, mesmo que tudo e todos não acreditem. E o mais normal é que ninguém acredite mesmo, que o depreciem, é próprio do mundo cinzento, de quem deixou de acreditar e de sonhar, os ditos adultos, crescidos, realistas e fortes. Pois são, na realidade,  máquinas, autónomos, que deixaram de ter qualquer capacidade de sonhar, ficando agarrados ao medo e à segurança, quando a única garantia é que envelhecemos e depois morremos. Medo de mudar porque estamos bem assim, receio de inovar porque sempre se fez assim, pânico de investir porque podemos perder. Sentimo-nos seguros, fortes, prontos e com capacidade para as demais batalhas, já nada abala o cinzentão, nada nem ninguém. Amealha muito, trabalho e mais trabalho, o objetivo é armazenar e guardar, a segurança sempre em primeiro lugar, ter dinheiro é segurança, é o apogeu da segurança, é o vicio dos vícios dos cinzentos, amealhar e amealhar, torna-se uma obsessão, um objetivo de vida, deixando para ultimo reduto qualquer outro sentimento, qualquer outro valor. E a vida é tão curta." 

Avizinha-se uma volta de 360°, depois de Polónia, Marrocos, Áustria..